No último domingo (26), durante o lançamento de 'Creed III' em Atlanta, Michael B. Jordan, o astro da franquia, concedeu diversas entrevistas no tapete vermelho da première.

Na ocasião, uma das jornalistas que abordou Jordan revelou que havia estudado com o ator na escola Chad Science, em Nova Jersey. Ao reconhecer a ex-colega de turma, o astro prontamente a questionou: "Eu era o garoto cafona, certo?"

Era assim que Michael B. Jordan era chamado por Lore’l, apresentadora do Morning Hustle, e por outros jovens na época, segundo a própria jornalista. No podcast The Undressing Room, o qual também apresenta, ela afirmou que, no passado, o nome do ator e seu trabalho como modelo eram motivo de piada na escola:

“Para ser honesta, nós o provocávamos o tempo todo porque o nome dele era Michael Jordan. Vamos começar por aí, ele não era nenhum Michael Jordan”, começou ela, comparando o jovem colega de classe ao astro de basquete de mesmo nome.

“Ele também vinha para a escola com um portfólio”, explicou Lore’l, relembrando a época em que o ator trabalhava como modelo e carregava suas fotos profissionais por aí. 'Nós zombávamos dele, tipo, 'o que você vai fazer com esse portfólio estúpido?' E agora, olhe para ele!", concluiu.

O mundo dá voltas, e não demorou muito para que o 'garoto cafona' se transformasse em um dos maiores astros de Hollywood da sua geração. Como foi que Michael B. Jordan atingiu o estrelato?

ATOR MIRIM SOB O EXEMPLO DE KEANU REEVES

Com 36 anos comemorados recentemente, Michael Bakari Jordan nasceu em 9 de fevereiro de 1987, nos Estados Unidos. Apesar de carregar o mesmo nome e sobrenome do jogador na NBA, o ator não tem nenhum parentesco com o atleta. De acordo com o IMBD, Bakari significa “nobre promessa” em suaíli, língua falada em alguns países da África oriental.

Como seu nome do meio já previa, Michael B. Jordan carrega grandes ambições desde a juventude. Ele trabalhou como modelo mirim para diversas marcas na década de 1990, e seu primeiro crédito como ator foi na série 'Família Soprano', aos 12 anos.

No ensino médio, ele estudou interpretação, e foi conseguindo papéis mais importantes a partir dos anos 2000. Em 'Hardball - O Jogo da Vida' (2003), atuou ao lado de Keanu Reeves, que havia se tornado uma estrela cobiçada após o sucesso de 'Matrix' (1999).

Reconhecido até hoje por sua humildade, uma atitude de Reeves durante as filmagens ajudou Jordan a acreditar que também poderia ser um grande astro:

"Enquanto estávamos produzindo o filme, Keanu levou todo o elenco para jantar e tivemos a chance de conhecer Laurence Fishburne. Até hoje, ainda me lembro de pensar comigo mesmo, surpreso: 'Acho que é isso que as estrelas de cinema fazem: levam seus elencos para jantar com outros grandes atores.' Muito respeito por Keanu e Laurence. Realmente foi um momento muito legal com dois dos meus heróis”, contou o ator, em entrevista ao THR.

A FAMA E O FRACASSO COMO SUPER-HERÓI

Após atuar em algumas séries consagradas, como 'Lei & Ordem', 'Arquivo Morto' e 'Dr. House', Michael B. Jordan conseguiu um grande destaque em 2013, no papel de Oscar Grant em 'Fruitvale Station: A Última Parada'.

O longa marca a primeira colaboração do astro com Ryan Coogler, que dirigiu o filme e também esteve à frente de 'Pantera Negra' (2018). Ao lado de Octavia Spencer, a atuação de Jordan foi amplamente elogiada e, no mesmo ano, ele entrou na lista de atores recomendados da revista People.

Contudo, não foram apenas sucessos que construíram a trajetória artística de Michael B. Jordan: em 'Quarteto Fantástico 2' (2015), ele viveu o Tocha Humana, seu primeiro super-herói nos cinemas. O filme amarga míseros 9% no agregador de críticas do Rotten Tomatoes, e o fracasso poderia ter arruinado a carreira em ascensão do ator.

O ACERTO NA MARVEL E O RENASCIMENTO DA FRANQUIA ROCKY

Mesmo após as críticas negativas de 'Quarteto Fantástico 2', Jordan se manteve na mira dos grandes estúdios de Hollywood e do diretor Ryan Coogler, com quem construiu uma duradoura amizade.

Foi ele quem o convidou para estrelar 'Creed: Nascido para Lutar' (2015), no papel de Adonis Johnson. O longa reviveu a franquia Rocky quase uma década após o lançamento do último longa, que chegou aos cinemas em 2006.

Na trama, Michael B. Jordan interpreta o filho de Apollo Creed (Carl Weathers), lutador morto por Ivan Drago (Dolph Lundgren) logo no início da saga estrelada por Sylvester Stallone. Nessa nova parceria com Coogler, o ator ajudou a reviver as histórias dos ringues clássicos, dando a elas características que atraíram uma nova geração de cinéfilos para as telonas.

Embora também seja também reconhecido e amado pelo papel de Erik Killmonger, vilão da Marvel que reprisou recentemente em 'Pantera Negra: Wakanda Para Sempre' (2022), foi a saga Creed que abriu as portas para que o astro, agora, também possa ser reconhecido como cineasta.

Na coletiva mundial de 'Creed III', Michael B. Jordan revelou que, antes de fazer sua estreia como diretor no filme, pediu conselhos a atores que também atuam na função, como Jon Favreau, Bradley Cooper e Denzel Washington. Porém, foi Ryan Coogler o grande responsável pelo incentivo do qual ele precisava:

“Acho que houve um momento em que fiquei maravilhado com o que ele [Coogler] estava fazendo. Ver um negro, da minha idade, alguém que eu conhecia bem naquela época, comandando um set. Eu vi que era possível.”

'Creed III' é o debute de Michael B. Jordan como diretor, depois de ser eleito como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela Times, e um dos 25 maiores atores do século, pelo The New York Times.

Além de Jordan, Tessa Thompson e Phylicia Rashad retornam na sequência. Jonathan Majors, o vilão Kang do Universo Cinematográfico da Marvel (MCU), estreia na franquia como o principal antagonista da trama.

'Creed III' estreia nesta quinta-feira (2) no Brasil, exclusivamente nos cinemas.

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